Antigamente não era comum tantas mulheres se exercitando em parques, participando de provas como corrida de rua e esportes de aventura. Quem diria que hoje elas iriam dominar os esportes, as academias e até mesmo os boxes de crossfit?
Sem dúvida essa é uma vitória. Só que esse novo estilo de vida da mulher, atenta à necessidade da prática de exercícios físicos e vida fitness, acabou incidindo no aumento de lesões em mulheres. Neste Dia Internacional da Mulher, nosso post ajuda a entender as causas desse crescimento e como se prevenir.
Estudos científicos vem há anos buscando explicar os fatores que colaboram para que o número de lesões seja maior nas mulheres. Três deles acabaram se destacando ao longo dos anos.
E um deles foi destaque nos noticiários nas últimas semanas: os hormônios. Em fevereiro, o futebol feminino do clube inglês Chelsea divulgou que adapta os treinos de duas jogadoras segundo seu ciclo menstrual. O objetivo da técnica do time foi otimizar a performance da equipe, diminuir o risco de lesões e respeitar as condições do corpo das jogadoras. Por aqui, as mudanças estão sendo estudadas por times como Santos, Corinthians, Flamengo e Bahia.
A iniciativa se baseou em uma pesquisa realizada pelo Hospital Portland, de Londres, aponta que as mulheres correm mais risco de sofrer lesões musculares e nos tendões da metade para o final do seu ciclo menstrual. No meio do ciclo, o nível do hormônio feminino estrogênio, que fortalece os músculos e tendões, cai de forma drástica, resultando em fraqueza. Já ao final do ciclo, quando aumenta o nível do hormônio relaxina, há a redução da quantidade de colágeno nos ligamentos, deixando os tendões mais frágeis. Assim, a ocorrência de lesões é mais provável nesses dois estágios do ciclo.
Outro fator que contribui para o maior número de lesões em mulheres é a própria anatomia do corpo. Por conta da bacia mais larga que a do homem, a mulher tende a forçar o joelho para dentro durante a corrida – a bacia mais larga aumentaria o braço de alavanca sobre os músculos rotadores do quadril, especialmente os glúteos médio e mínimo, predispondo a bursite e tendinites trocantéricas.
Assim, o formato das pernas das mulheres tende a ser um X, um ângulo mais acentuado do que nos homens. A tendência é que a mulher fique com os joelhos em valgo (joelhos para dentro e calcanhares para fora), predispondo a lesões.
Há uma terceira linha que relaciona as lesões a fatores biomecânicos ou neuromusculares. Um exemplo disso seria quando uma jogadora de vôlei dá um salto para uma cortada e em seguida “aterrissa” em quadra; segundo os especialistas, o comando do cérebro para que a musculatura se contraia da forma correta demora a chegar, fazendo com que as articulações fiquem mal posicionadas e com risco de lesão.
O ideal é que as mulheres que praticam esportes busquem orientação constante de um ortopedista especialista em medicina esportiva, que irá acompanhar as atividades e indicar reeducação muscular, alongamento e fortalecimento para equilibrar a musculatura.
Como cada pessoa tem um perfil, é importante que os treinamentos sejam individualizados. Fique sempre atenta para não ultrapassar os limites do seu corpo e peça orientação de um médico do esporte!