É bastante comum, especialmente entre os homens, encontrarmos os chamados atletas de fim de semana. São aqueles que adoram jogar um futebol no sábado à tarde com os amigos, mas que durante a semana não praticam nenhum exercício físico.
E não tem nada de errado nisso. Além das peladas aos fins de semana serem recomendadas, na verdade poderiam ocorrer com mais frequência. No entanto, há que se considerar um aspecto que precisa de atenção: os riscos de lesões musculares em atletas de fim de semana (as lesões no futebol, por exemplo) são altos, porque o corpo fica inativo durante a semana e não está acostumado a tanta atividade.
Em esportes como futebol e vôlei, as lesões mais comuns são os entorses de tornozelo e joelho, levando a lesões ligamentares e do menisco (joelho), além das lesões musculares (estiramento e rupturas), da coxa e panturrilha. Dr. Renato Morelli, médico ortopedista esportivo, explica que, em praticantes de corrida de rua, as mais comuns são as tendinopatias e a famosa canelite, que é uma inflamação do periósteo-membrana que recobre o osso.
E para quem quer evita-las, ele orienta. “O bom preparo físico ajuda na propriocepção e, consequentemente, a evitar entorses e estiramentos musculares causados pelas atividades físicas esporádicas”, diz. Para quem não sabe, propriocepção é o termo usado para nomear a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo e a força exercida pelos músculos.
Para evitar lesões em atletas de fim de semana, é recomendada a prática mais constante de atividade física. Fazer um bom trabalho de condicionamento físico com profissionais da área do esporte, como fisioterapeutas, personal trainers e educadores físicos, também ajuda a prevenir lesões.
Manter o equilíbrio muscular entre fortalecimento e peso é essencial. “Sempre que tiver esse desequilíbrio, as chances de ocorrer uma lesão são maiores”, reforça o médico. E outros hábitos também são indicados, como:
Sempre que ocorrer uma lesão, ou se houver uma dor sem melhora, é necessário que seja feita uma avaliação com um especialista para que o problema não se agrave. Muitas pessoas apelam para a automedicação e insistem em continuar com os exercícios mesmo com dor, mas o quadro pode piorar.
Segundo Dr. Renato, o exame clínico é o mais importante para diagnosticar as lesões, podendo ser acompanhado de exames de imagem como o raio-X, o ultrassom e a ressonância magnética.
O tratamento vai depender da extensão da lesão. Geralmente são indicadas medidas iniciais como repouso por semanas, aplicação de gelo, compressão do local da lesão e elevação do membro para diminuir o edema. O tratamento cirúrgico é a última opção e pode ser necessária caso não seja feita avaliação precoce. Por isso, é importante buscar orientação de um médico ortopedista esportivo o quanto antes.