De acordo com o Ministério da Saúde, os brasileiros já somam 28 milhões de idosos. A expectativa é que, até 2031, esse número alcance 43 milhões. E proporcional ao crescimento dessa população, é a preocupação com a qualidade de vida que ela terá.
Após os 60 anos é bastante comum a perda de massa muscular que, aliada às alterações fisiológicas, como a absorção de nutrientes, pode ocasionar a Sarcopenia. Trata-se de uma condição que, associada ao envelhecimento, afeta a musculatura, diminui a força e piora do desempenho físico. Dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia indicam que 15% dos brasileiros têm sarcopenia a partir dos 60 anos de idade, podendo chegar a 46% após os 80 anos.
Para falar um pouco sobre este tema, convidamos o Dr. Guilherme Verri, que é médico Cardiologista. Acompanhe as principais informações sobre esta condição tão comum em idosos.
A força muscular em humanos atinge o vigor máximo por volta dos 30 anos. À partir daí, ocorre o declínio natural. Nos mais velhos, junto da disfunção cognitiva (demências), a perda de força muscular é a principal causa de perda de autonomia no idoso. Irwin Rosenberg, da Universidade de Boston, foi pioneiro ao utilizar o termo Sarcopenia, em 1988, para descrever essa perda muscular esquelética.
Suas causas são multifatoriais: vida sedentária, queda nos níveis de testosterona, estrogênio, hormônio de crescimento, infiltração de gordura entre fibras musculares, perda de neurônios que conduzem estímulos nos músculos, resistência à insulina, resistência de Vitamina D e baixa ingestão de proteínas.
A prática de exercícios com pesos e de força contra resistências que aumentam a força e a massa muscular significativamente – em qualquer idade – é uma das formas de se prevenir. Durante o exercício, as contrações das fibras musculares liberam proteínas que caem na corrente sanguínea e interferem na fisiologia de diversos órgãos, inclusive o cérebro.
Já os exercícios aeróbicos, como andar ou correr, por exemplo, têm pouco impacto sobre a força e a massa muscular.
A alimentação também exige atenção. A Sociedade Europeia de Medicina Geriátrica recomenda que homens e mulheres saudáveis aumentem o consumo de proteínas a partir dos 65 anos para manutenção dos músculos.
Os mais vulneráveis à Sarcopenia incapacitante são aqueles que passaram por períodos longos de inatividade causados por doenças debilitantes, consolidação de fraturas e hospitalização.
Em portadores de enfermidades crônicas, o consumo de proteínas deve ser maior ainda, eventualmente com complementos atualizados.
Em 2019, um artigo publicado pela revista Science Translational Medicine abordou esse enfraquecimento que impede os mais velhos de subir escadas, andar até a padaria ou levantar da cadeira sem ajuda. O conteúdo apresentou a descoberta de pesquisadores franceses de um mecanismo que poderá ajudar a prevenir essa complicação. Em estudos com ratos, os cientistas identificaram uma proteína que consegue manter a força e a massa dos músculos. Os pesquisadores acreditam que os dados podem abrir o caminho para terapias que ajudem a preservar a massa muscular.
Não espere ser acometido por doenças como esta. Cuide-se desde cedo, sempre acompanhado por especialistas na área do esporte.