O número de idosos no Brasil está crescendo. Os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua apontam que, em 2018, o país possuía 10,53% de sua população com 65 anos ou mais de idade — um aumento aproximado de 20% no comparativo à taxa de 2012.
E isso faz com que os cuidados com a terceira idade, priorizando sempre a saúde e bem-estar, estejam cada vez mais em evidência e sejam imprescindíveis. Ainda mais se levarmos em consideração que o envelhecimento vem atrelado a menos equilíbrio, força muscular e, consequentemente, mais tombos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) inclusive indica que a prevalência de quedas é entre 30% e 60% na população com mais de 65 anos. Ou seja, pessoas com idade superior a 65 anos têm entre 30% a 60% de chance de ter uma queda pelo menos uma vez na vida. E o porcentual aumenta naqueles com mais de 80 anos.
Isso acontece por causa da fragilidade óssea, da perda da massa muscular e de questões relacionadas à propriocepção. De acordo com o ortopedista Renato Morelli são bastante recorrentes os casos de fratura do fêmur proximal (quadril) e fraturas no punho (ao apoiar no chão).
A queda também pode ocorrer devido a uma fratura prévia. Estima-se que 60% a 70% dos idosos que já sofreram um tombo podem cair novamente nos próximos dois anos. A boa notícia é que é possível prevenir as quedas.
Há quem diga que os 60 de hoje são os antigos 40, ou seja, a maioria dos idosos de atualmente são ativos e não transparecem a idade que têm. Isso é reflexo de maior cuidado com a saúde, bem-estar e aparência, o que é ótimo.
Em contrapartida, faz com que algumas pessoas tenham dificuldade em aceitar os riscos atrelados à idade. Mas isso precisa mudar, porque é necessário que todos tenham consciência da importância da prevenção.
Dr. Renato Morelli salienta algumas medidas profiláticas para adequar a casa do idoso com maior segurança.
Há ainda outras duas medidas que contribuem para prevenir quedas: a prática de atividade física para fortalecimento muscular e propriocepção, e a avaliação da qualidade óssea por um especialista para identificar as melhores medidas preventivas.
Segundo Dr. Renato, os exercícios para idosos devem ser feitos com orientação e ajuda da família ou um profissional da área da saúde, como um fisioterapeuta, para que não haja desconforto ou alterações de frequência cardíaca, pressão arterial, etc.
Prevenir é sempre o melhor remédio, mas ainda assim é possível que acidentes aconteçam.
Nesses casos, procurar um pronto-socorro para avaliar possíveis lesões ósseas e o motivo da queda, como tontura, desmaio ou outras alterações clinicas que possam ter causado um desequilíbrio.
Vale lembrar que em caso de fratura do fêmur ou quadril, a cirurgia precoce é fundamental para que o idoso possa retornar o mais rápido possível à rotina anterior ao trauma.
“E somente um médico ortopedista é que pode fazer uma boa avaliação clínica para entender como está a saúde do paciente, avaliar o grau da lesão, considerar os medicamentos utilizados e qual o melhor tratamento”, finaliza o médico.